sexta-feira, 27 de março de 2009

Trevas parte I

O padre chegou as pressas. Entrou na casa dos Amado sem saber o que lhe esperava ao certo. O pai parecia desesperado ao telefone, adentrou a casa pela porta da frente e esperou na sala de estar. O tio foi o primeiro a recebê-lo.
-Olhe padre! Não sou superticioso ou algo do tipo. Mas nunca na minha vida vi algo parecido. A criança não é normal padre. Acho que é coisa dele...................... Você sabe de quem estou falando não sabe.
O padre Razlen permaneceu quieto. Não tinha tempo para os comentários de Bartolomeu. Que Deus o perdoasse, mas o homem era um pé no saco! Uma empregada veio buscar-lhe e conduziu-o ao quarto.
O comodo estava escuro e apenas uma fraca luz do luar entrava na casa e iluminava parcialmente a jovem mãe que acabara de dar a luz. A mulher agonizava. O médico saiu de perto dela dizendo ao padre que a mulher desejava falar-lhe. Ele aproximou-se da cama. E em seus últimos suspiros a jovem pediu pelo filho, que o protejessem daquele mundo que não aceita o diferente. O padre fechou os olhos, pegou um crucifixo, e concedeu-lhe a extrema-unção. Em seguida voltou-se para o pequeno embrulho, alguns metros da cama. Não pode conter a expressão de espanto . O menino era grande! Muito maior do que qualquer bebê que já vira! Devai pesar uns oito ou nove quilos. A criança tinha olhos castanhos, penetrantes e sua pele era grossa como a de um animal. O padre aproximou-se da criança e examinou-o mais de perto. E um sentimento que desconhecia passou pelo seu corpo. Não era pena, nem tão pouco repulsa, o bom padre foi capaz de ver além da aparência, e uma criança como qualquer outra, se escondia atras do grande tamanho e da grossa epiderme. O pensamento do padre foi interrompido pela entrada do pai. Com lágrimas nos olhos o homem se aproximou do corpo da mulher e voltou-se para o filho..........
É verdade padre? É o meu filho um enviado das trevas?

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