sábado, 11 de abril de 2009

Labirinto

O monstro esta prestes a me devorar, estou com medo!
Perdido em uma tempestade de sentimentos, bons e ruins sinto a fantasia anuviar minha mente e sentidos.
O toque da pele, a imagem que me é cara, os pequenos prazeres da vida.....Seria tudo isso um sonho?
Perco-me entre a realidade e a fantasia, enquanto sinto que o monstro se aproxima.
Corro o máximo que posso. Uma longa escadaria de pedra, encontra-se a minha frente. Conforme percorro seus negros degraus a escuridão aumenta, e até mesmo o mais fino rastro de luz parece ser consumido pelas trevas crescentes. A criatura continua atrás de mim, prestes a me devorar.......
As escadas não chegam ao fim. Estou cansado preciso de ar, luz, um rosto conhecido.......... Não encontro. A única coisa boa que guardo são lembranças, memórias felizes, de carinho de felicidade de amor, momentos aos quais eu talvez não tenha dado o devido valor. Tento me agarrar a elas, mas são frágeis.......E a ideia de que as perdi para sempre, de que não passaram de uma ilusão da mente na verdade solitária aumentam a angústia, a dor e o medo. Precisava sair daquele lugar, mas não conseguia.
Socorro!!
Socorro!
Inútil estou sozinho. Tenho que passar por isso sozinho, lutar e vencer sozinho. Busco de novo aquelas lembranças, na esperança de conseguir a força de que preciso; mas elas se vão, para longe de mim, em lugares onde não posso alcança-las. A besta está cada vez mais perto.A proximidade é tanta, que sou capaz de sentir seu hálito pútrido em meu rosto. Será o meu fim? Não sem lutar! Renovo minhas energias, corro atrás do que me é caro.........Vejo uma luz, será a saída? Corro em direção a esperança. Ao me aproximar da saída, vejo uma silhueta. Sinto que conheço aquela pessoa.........Lágrimas escorrem por meu rosto, e mais uma vez o corpo encontra força para superar os ferimentos e a alma cresce diante do sentimento caloroso. Aumento o ritmo. Vou chegar, tenho que chegar. Mas quanto mais eu corro, mais distante fica o meu objetivo.
Não me darei por vencido! O cansaço toma conta do meu corpo. Cansei de correr, quero minhas lembranças, meus sentimentos de volta.
Paro na escada e volto-me para trás. Ouço os pesados passos da criatura. Não fugirei mais. Vou lutar! Quer me devorar? Pois bem! Aqui estou! Não serei presa fácil.
Meu adversário diante de mim! Estou com medo, mas não serei feliz enquanto não derrotá-lo. Não serei livre enquanto não subjugar meu terrível algoz. Com os olhos fechados invisto sobre a criatura. Com as garras e dentes abertos, o monstro salta sobre mim, fechando-se em seu abraço mortífero.........Nos tornamos um. Mas quem realmente venceu?!
Abro os olhos. Estou deitado em minha cama. Não há sinal de túnel ou monstro. Familiares e amigos olham para mim com emoção e espanto no olhar. Parecem aliviados. Também estou. Em meio a multidão, distingo um sorriso e minha alma regojisa-se em calor e alegria. Foram esses sentimento os que mais me faziam falta. Fechei os olhos novamente e tentei saboreá-los, guardar cada minuto mágico, para que jamais os perdesse novamente. Não estou mais sozinho. Venci. Afasto-me da besta, conforme aproximo-me daqueles que amo...
Foi apenas um sonho. Um sonho ruim...........

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Desventuras Urbanas..............

Emanuel voltava para casa. Andava por ruas imundas, infestadas por aqueles que a sociedade tinha rejeitado. No meio da neblinda e dos corpos entorpecidos pela bebida e pelas drogas, caminhava a sua magra silhueta .
Havia se afastado da família a muito tempo, tinha saudades as vezes, mas logo passava. Não tinha nenhum amigo, namorada, ficante, ou qualquer um que fosse notar que desaparecesse. Desde de os 18 anos de idade, fizera da solidão sua única e melhor companheira. Não tinha com quem se preocupar nem quem se preocupasse com ele, e gostava disso!
Ao virar a esquina foi abordado por uma moça pequena, pálida, de cabelos muito vermelhos como o fogo. Ela vestia uma blusinha preta com um decote generoso que exibia toda a polpa do voluptuoso seio, sua mini saia tão curta que mal escondia completamente a tanga vermelha. O balançar do belo corpo, e o cheiro, aquele cheiro de luxúria, de tesão e sexo que emanava aquele corpo delicado despertariam o instinto do mais puro dentre os homen s. Emanuel sentiu um volume crescer em sua calça. Conhecia bem aquela sensação.A solidão poderia ser boa mas tinha suas desvantagens. Resisitiu e seguiu em frente. O dinheiro estava curto demais para ser gasto com prostitutas, por mais que seus hormônios reclamassem.
Afastou-se cerca de cinquenta metros e olhou para trás. Um homem se aproximou da menina, energicamente, Antes que a pobre pudesse esboçar qualquer reação, a mão gorda e pesada golpeou-lhe o rosto, levando dois dentes consigo. Apesar da distância considerável, o homem berrava tão escandalosamente que Emanuel pode entender o que se passava:
Puta! Tu não serve nem pra dar, sua vagabunda! A duas noites tudo que tu conseguiu foi bater punheta praquele velho babão. Eu já sei o que acontece, tu anda cansada demais pra dar, pq anda fodendo mto com aquele teu namoradinho viado não é? Vagabunda, vagabunda!
O "patrão" só parava de chingar e esboçar palavrões quando esmurrava sem piedade o delicado rosto daquela que não mais tinha forças para se defender.
Emanuel não sabe porque fez aquilo, nem percebeu as finas lágrimas que corriam pelo seu rosto. Sentiu a respiração ofegar e a adrenalinda crescer em seu sangue, de repente não sabia quem era e onde estava, ele só via em sua frente o objeto de seu ódio. O fato é que nada importava. Antes que ele ou o homem pudessem notar o que havia se passado, Emanuel já havia saltado sobre seu oponente. Num frenesi descontrolado o magro e aparentemente frágil rapaz, batia a cabeça do seu oponente contra o frio asfalto da rua. Uma duas, três, vezes a fúria só sessa quando a vítima para de se mover. O rapaz recompõe-se vai embora, sob os olhos da assustada dama da noite, como se nada tivesse acontecido.
Ele chega em casa por volta da meia noite. Entrou em casa fechou a porta encostou-se nela e começau a chorar copiosamente. As lágrimas não param. As lembrança dolorida queima sua mente. O dia do casamento, o ataque a mulher amada, sua incapacidade em defendê-la, o velório, a liberdade do responsável, o motivo pelo qual escolhera ficar sozinho. Todos os demônios de sua vida, que ele jurara esquecer agora voltavam a sua mente em um turbilhão de dor e desespero.
Aquele dia lhe roubaram a alma, o amor a esperança. Hoje mesmo que da maneira torta ele devolveu esses sentimento a álguem.......