sexta-feira, 27 de março de 2009

Divagações de uma mente perturbada.

Cansado, olhou pela janela. As ondas arrebentando na praia o faziam bem. Milhões de coisas atravessavam sua mente naquele momento, mas não conseguia fixar em nenhuma.
Ia para aquele casebre na praia, sempre que queria paz. Ali sozinho entrava em comunhão com seu espírito e era capaz de ouvir melhor o que a vida tinha a lhe dizer. Tal habilidade era cada vez mais rara hoje em dia. O ser humano parecia cada vez mais insensível. Dinheiro, posses sexo, status........ Era só isso que importava.
Onde estava o espírito de revolução, os sonhos de grandes aventuras? Onde estavam os grandes amores, e atos de compaixão. Esses eram os sentimentos e valores aos quais ele queria guardar, e orgulhava-se disso. Alegrava-se em ser diferente e jamais se juntaria a alienação e conformismo vigentes.
Talvez fosse só um tolo como muitos o tachavam. Mas se era assim........................bem o que fazer?!
Sua espécie entrava em extinção rapidamente. Era surpreendente o quanto o dinheiro e a futilidade se tornavam importantes tão rapidamente. A perversão dos ideais dos grandes homens que viveram no passado não havia limites! A coisa chegara a tal ponto, que o fútil agora confundia-se com o útil, e o que havia de étereo e belo considerado delírios das crianças e dos imaturos............................
Onde estava a honra e o amor a medicina de Hipócrates, ou o raciocínio lógico de Aristóteles. Onde estava a busca pelo saber e pela arte de Da Vinci? Onde se escondera a bravura e os ideais de Garibaldi, de Marx? Quem destruiu o sonho de Martin Luther King? Em que momento de história, nós humanos assassinamos o amor, sentimento que dá sentido as nossas vidas? Quando a amizade se tornou mais uma mercadoria?

Os pensamentos foram interrompidos abruptamente. Era o celular. Se não queria ser encontrado, porque levara consigo aquela máquina maldita......................Hora de voltar! Precisava parar de sumir desse jeito.

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