quarta-feira, 8 de abril de 2009

Desventuras Urbanas..............

Emanuel voltava para casa. Andava por ruas imundas, infestadas por aqueles que a sociedade tinha rejeitado. No meio da neblinda e dos corpos entorpecidos pela bebida e pelas drogas, caminhava a sua magra silhueta .
Havia se afastado da família a muito tempo, tinha saudades as vezes, mas logo passava. Não tinha nenhum amigo, namorada, ficante, ou qualquer um que fosse notar que desaparecesse. Desde de os 18 anos de idade, fizera da solidão sua única e melhor companheira. Não tinha com quem se preocupar nem quem se preocupasse com ele, e gostava disso!
Ao virar a esquina foi abordado por uma moça pequena, pálida, de cabelos muito vermelhos como o fogo. Ela vestia uma blusinha preta com um decote generoso que exibia toda a polpa do voluptuoso seio, sua mini saia tão curta que mal escondia completamente a tanga vermelha. O balançar do belo corpo, e o cheiro, aquele cheiro de luxúria, de tesão e sexo que emanava aquele corpo delicado despertariam o instinto do mais puro dentre os homen s. Emanuel sentiu um volume crescer em sua calça. Conhecia bem aquela sensação.A solidão poderia ser boa mas tinha suas desvantagens. Resisitiu e seguiu em frente. O dinheiro estava curto demais para ser gasto com prostitutas, por mais que seus hormônios reclamassem.
Afastou-se cerca de cinquenta metros e olhou para trás. Um homem se aproximou da menina, energicamente, Antes que a pobre pudesse esboçar qualquer reação, a mão gorda e pesada golpeou-lhe o rosto, levando dois dentes consigo. Apesar da distância considerável, o homem berrava tão escandalosamente que Emanuel pode entender o que se passava:
Puta! Tu não serve nem pra dar, sua vagabunda! A duas noites tudo que tu conseguiu foi bater punheta praquele velho babão. Eu já sei o que acontece, tu anda cansada demais pra dar, pq anda fodendo mto com aquele teu namoradinho viado não é? Vagabunda, vagabunda!
O "patrão" só parava de chingar e esboçar palavrões quando esmurrava sem piedade o delicado rosto daquela que não mais tinha forças para se defender.
Emanuel não sabe porque fez aquilo, nem percebeu as finas lágrimas que corriam pelo seu rosto. Sentiu a respiração ofegar e a adrenalinda crescer em seu sangue, de repente não sabia quem era e onde estava, ele só via em sua frente o objeto de seu ódio. O fato é que nada importava. Antes que ele ou o homem pudessem notar o que havia se passado, Emanuel já havia saltado sobre seu oponente. Num frenesi descontrolado o magro e aparentemente frágil rapaz, batia a cabeça do seu oponente contra o frio asfalto da rua. Uma duas, três, vezes a fúria só sessa quando a vítima para de se mover. O rapaz recompõe-se vai embora, sob os olhos da assustada dama da noite, como se nada tivesse acontecido.
Ele chega em casa por volta da meia noite. Entrou em casa fechou a porta encostou-se nela e começau a chorar copiosamente. As lágrimas não param. As lembrança dolorida queima sua mente. O dia do casamento, o ataque a mulher amada, sua incapacidade em defendê-la, o velório, a liberdade do responsável, o motivo pelo qual escolhera ficar sozinho. Todos os demônios de sua vida, que ele jurara esquecer agora voltavam a sua mente em um turbilhão de dor e desespero.
Aquele dia lhe roubaram a alma, o amor a esperança. Hoje mesmo que da maneira torta ele devolveu esses sentimento a álguem.......

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