segunda-feira, 23 de maio de 2011

Noites de Amunah

A noite escura turva o olhar do jovem caçador. A cada passo procuram por olhos que pareçam com os dela. Seus sentidos 0 confundem e o fazem enxergar a bela e magra silhoueta em todas as mulheres que passam e em nenhuma delas ao mesmo tempo. As vezes vislumbra uma moça acompanhada e um nó lhe sobe a garganta pois em sua imaginação por vezes traiçoeira, uma maliciosa e íntima inimiga faz com que seja ela, é como se sempre fosse ela. Outra parte de si, no entanto, sabe que nenhuma delas é quem procura, sabe que ela está em outro lugar, linda com seus sonhos, fantasias, e seus gostos peculiares. A pele branca realçada pela palidez do luar e os olhos cor de mel brilhando com toda a intensidade da juventude naquele rostinho delicado. Não tarda para que uma imagem, mais uma vez fruto de sua própria fantasia, se forme em sua mente. As vezes desconfiava que não fosse somente sua mente, mas os espíritos brincando com ele.
Ele se conhece bem, o único jeito de acabar com a fantasia, seja isso para o bem e para o mal é conhecer a moça. Que assim seja.........
Em sua pressa ele passa por um grupo que descansava sobre a sombra de um beco na ala norte da cidade. Sujos e maltrapilhos eles discutem o que fazer com o anel arrancado de um nobre da noite anterior, e que ainda carregava o anelar de seu dono. Um dos homens gesticula para os demais membros do grupo, que se preparam para cercar o estranho e incalto andarilho. Entretanto, um deles reconhece sua presa e uma expressão de pavor atravessa seu rosto. Ele faz um sinal aos outros e todos retornam às sombras, eles naõ precisam de problemas, naõ com aquele homem...........
O estranho era magro, de estratura mediana, possuia a pele avermelhada e os cabelos muito negros, vestia pele de animais sobre os ombros, e estranhas armas metálicas sintilavam em sua cintura. Aquele homem caminhava com determinação. Ele procurava pela moça e não desistiria até encontrá-la. O caminho dos dois havia se cruzado apenas duas vezes, mas foi o suficiente para que a beleza dela o tocasse. Na noite anterior ela havia perdido um diário, e nele contava suas aflições e seus sentimentos, ele o encontrou e para sua vergonha o leu, para piorar com a ajuda de Unk'meth. Sabia que os ancestrais ficariam desgostosos com essa indiscrição, mas o que leu ali fez com que crescesse a admiração pela branca e delicada dama. Além disso, havia um ar de mistério em torno dela que o atraía ainda mais. O que levaria uma moça, aparentemente de uma terra distante a andar por uma terra perdida e perigosa como Amunah? Ela não estava sozinha, de fato, estava sempre escoltada por dois homens e uma outra mulher. Precisava encontrá-la, precisava encontá-la se a quisesse esquecer.............
Com esses pensamentos caminhou pela cidade adentro.

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